Resenha: Daisy Jones & The Six (Taylor Jenkins Reid)

Acho que a Taylor Jenkins Reid foi a autora mais comentada do bookstagram no último ano. Choveram resenhas de Os Sete Maridos de Evellyn Hugo, livro mais famoso dela e muito bem avaliado. Já estava curiosa para conhecer a sua escrita quando a Companhia das Letras convidou os parceiros para uma leitura conjunta de Daisy Jones & The Six, e topei na hora por ser uma ótima oportunidade de ter esse primeiro contato com a Taylor. 

daisy jones & the six

SINOPSE


Todo mundo conhece Daisy Jones & The Six. Nos anos setenta, dominavam as paradas de sucesso, faziam shows para plateias lotadas e conquistavam milhões de fãs. Eram a voz de uma geração, e Daisy, a inspiração de toda garota descolada. Mas no dia 12 de julho de 1979, no último show da turnê Aurora, eles se separaram. E ninguém nunca soube por quê. Até agora.
Esta é história de uma menina de Los Angeles que sonhava em ser uma estrela do rock e de uma banda que também almejava seu lugar ao sol. E de tudo o que aconteceu ― o sexo, as drogas, os conflitos e os dramas ― quando um produtor apostou (certo!) que juntos poderiam se tornar lendas da música.
Neste romance inesquecível narrado a partir de entrevistas, Taylor Jenkins Reid reconstitui a trajetória de uma banda fictícia com a intensidade presente nos melhores backstages do rock’n’roll.


daisy jones & the six

Quando comecei este livro não sabia de sua narrativa super diferente, feita em forma de entrevista. Mas de cara achei que a escolha fazia sentido, afinal é a história de uma banda de rock dos anos 70 que tem muito a dizer sobre seu passado. Vamos tendo contato com cada um dos personagens na medida em que eles entram na história da banda, que nem sempre possuiu os mesmos integrantes. A própria Daisy Jones era apenas uma garota quando a The Six começaram a tocar, o que torna interessante a experiência de ler esperando em que momento as histórias irão se cruzar.
Daisy teve uma infância particularmente difícil. Os seus pais eram ricos, mas muito ausentes, e ela acabou se envolvendo bem cedo com drogas e tendo relacionamentos abusivos. Só quem se salva em sua vida é a Simone, sua melhor amiga, que vez ou outra põe algum juízo na cabeça dela e nunca a deixa na mão.
Aprendi sobre sexo e amor do jeito mais difícil. Que os homens pegam o que querem sem se preocupar em oferecer nada em troca, que tem pessoas que só querem saber de uma coisa e nada mais." 

O histórico de Billy, vocalista da The Six, também não fica pra trás quando o assunto é abuso. Ele sofreu bastante com um pai alcoólatra e acabou ele mesmo se tornando um, além de também abusar de drogas e ter certos problemas com autoridade. Ele é o líder da banda, entretanto nem todos se sentem confortáveis com essa posição. Mas apesar de tudo ele é um cara talentoso, e ninguém nega isso.

É uma coisa que mexe com a pessoa. Ter um pai que não está nem aí para você a ponto de não falar nem um oi."

Uma forte presença na vida de Billy é a Camila, o seu grande amor. Apesar de não ser uma integrante da banda a Camila é parte decisiva de toda a história, com as suas opiniões fortes e caráter maternal. Vemos suas falas em diversos pontos da trajetória da banda, e ela fez parte de vários momentos decisivos do grupo. 

LEIA TAMBÉM: Daqui a cinco anos (Rebecca Serle)

O enredo deste livro é o que os integrantes da banda contam, o que, como é de se esperar, acaba trazendo algumas contradições. Vemos o mesmo acontecimento sob diversos pontos de vista, e é interessante descobrir como a banda chegou nas paradas de sucesso através de diferentes perspectivas. Temos ainda a fala de algumas outras personalidades importantes como produtores e jornalistas, o que enriquece a narrativa.

Vida boa, né? Só que a vida boa nunca é boa para a vida. Mas isso já é outra história."

A Taylor Jenkins conseguiu escrever personagens muito reais, e mesmo contendo uma narrativa sem grandes descrições de cenários e ambientes, é possível se sentir inteiramente imerso nessa história. Para mim a experiência foi bem nostálgica por eu ter presenciado vários ensaios e shows de bandas em que o meu primo tocou (sem todo o contexto de drogas e sexo presente no livro, claro) quando era mais nova. Por outro lado, admito que alguns papos sobre modificações das músicas em seus riffs, oitavas ou sei lá o que foram meio maçantes para mim em alguns momentos, mas nada que tenha estragado totalmente a experiência.

daisy jones & the six


Essa é uma história repleta de dramas que envolvem os mais diversos aspectos das vidas desses artistas. Se você curte um bom rock and roll e quer ter contato com uma narrativa diferente, recomendo muito este livro. Talvez você, assim como eu, questione em alguns pontos como essa galera conseguiu lembrar de tanta coisa pra contar (ainda mais tendo estado chapados a maior parte do tempo), mas aí é só lembrar que a banda não existiu de verdade (o que é difícil de acreditar as vezes, pois eles parecem mesmo reais). 

Mas em breve teremos mais da Daisy Jones & The Six! É que a Amazon vai adaptar essa história em uma série, que já tem até parte do elenco confirmada, com a Riley Keough (neta do Elvis Presley) interpretando a Daisy Jones. Vai ser o máximo ver as letras das músicas mencionadas no livro ganharem vida! Estou super animada pra assistir. Infelizmente a data de estréia ainda não foi confirmada, mas deve sair em breve.

COMPRE AQUI DAISY JONES & THE SIX

ISBN: 978-85-8439-140-0

Editora: Paralela

Nota: 4/5⭐

7 Comentários

  1. Meu primeiro contato com a Taylor Jenkins Reid foi com o livro Em outra vida, talvez?, mas só esse ano descobri os demais livros da autora. Em Os Sete Maridos de Evellyn Hugo foi que a autora entrou para minha lista de escritoras favoritas. Depois li Evidence of the Affair e gostei bastante. Mas sempre lia resenhas dizendo que Daisy Jones & The Six era o melhor livro da autora. Comecei a lê-lo faz pouco tempo e ainda estou no início, e ainda não sei dizer se é o melhor livro da autora. Sua resenha possui algumas observações que compartilho da mesma opinião. Estou curiosa pela série e achei genial o fato da história da Daisy e da Evelyn se passarem no mesmo universo.

    ResponderExcluir
  2. Uma história interessante e bem intensa ao que parece. Curiosa em conhecê-la👏🏼👏🏼😍

    ResponderExcluir
  3. Não conheço a autora e nem o livro, mas a trama me lembrou um dos meus filmes favoritos, Almost Famous.
    Eu leio poucos livros made USA. Acho que o único autor de lá que eu curto é o King. No mais, não me alcança. Sempre gostei da literatura francesa ou da inglesa. Tive minha época de literatura russa (passou) e recentemente comecei a ler os espanhóis e gostei.
    Acho que minha mente pensa em estilos prontos (livros escritos para virar série e filmes) quando se trata da literatura dos Estados Unidos. Que doido isso... rs
    Lendo sua resenha, me lembrei do mio amore reclamando dos detalhes técnicos no livro estrelas além do tempo que depois virou filme e embora os detalhes estivessem lá, tinha outro efeito. Sei lá, acho que certas coisas técnicas não funcionam na literatura, ainda mais quando somos leigos em determinados termos. Eu não entendo nada de música, apenas de ouvir... nisso eu sou boa. Mas não curto ir a shows. Gosto mesmo é de sentar no canto do sofá e curtir um vinil. rs

    Viajei...

    ResponderExcluir
  4. Essa semana li muitas resenhas sobre esse livro, o que está me deixando cada vez mais curioso para com a história, ainda mais sendo biografia, tipo de leitura que curto demais.

    ResponderExcluir
  5. Que narrativa interessante, achei bem diferente e atraente. Imagino que a série tem tudo pra ser um grande sucesso, já estou na espera pra assistir!

    ResponderExcluir
  6. Interessante essa história; já tinha visto a capa do livro mas nunca parei pra ler sinopse e afins. E olha, acho que eu ia ficar confundindo toda hora com uma banda real, até porque, me lembra muito uma banda de rock dos anos 80 cujo nome não me recordo agora ^^'
    Parabéns pela resenha e leitura conjunta (isso é tão legal!) e obrigada pela dica de leitura
    Bejinhos
    https://lendocomosgatos.wordpress.com/

    ResponderExcluir
  7. Que demais esse livro! Realmente, escrever a história no formato de uma entrevista é algo diferente e muito legal! Também adoro ver o mesmo acontecimento de diferentes pontos de vista.

    ResponderExcluir

Postar um comentário