Um demônio poderoso. Uma bruxa com poderes reprimidos. Uma realidade distópica, em que todo e qualquer tipo de magia é proibida. Te chamou a atenção? Essa é a premissa de Mariposa Vermelha, novo livro da autora pernambucana Fernanda Castro que tive o prazer de conhecer em primeira mão. Continue lendo para descobrir mais sobre essa trama!
SINOPSE
Na cidade de Fragária, sob o domínio da República, a magia é proibida, e Amarílis conhece como ninguém o perigo de quebrar as regras. Para evitar o destino trágico que teve sua mãe, a jovem tecelã mantém a cabeça baixa e os fios de seus poderes bem amarrados.
Quando, por acaso, se vê diante do homem que causou a ruína de sua família, Amarílis decide convocar um demônio e fazer um pacto: ela quer a morte do general que destruiu sua mãe. Mas sua oferenda é muito simples, e Tolú, o Antigo que atende seu chamado, não pode tirar uma vida por um preço tão baixo. Ele pode, porém, ajudar Amarílis a enfrentar seus medos enquanto ela faz justiça com as próprias mãos.
Amarílis é uma jovem trabalhadora em busca de vingança. Seu passado lhe trouxe muito sofrimento e, após enxergar uma chance de dar o troco ao causador de tudo isso, ela decide tomar uma medida extrema: invocar um demônio. É aí que entra o Tolú, criatura de aparência asquerosa mas que consegue se metamorfosear em um humano de tirar o fôlego. Juntos eles vão entrar numa aventura que mais parece uma enrascada sem fim, e que me fez devorar as páginas deste livro.
Aos poucos vamos conhecendo mais sobre Amarílis e o seu passado, seus traumas e inseguranças, sua dor. Ela é tida por muitos como alguém medíocre, e por vezes ela mesma se enxerga assim também. Mas essa é uma trajetória de empoderamento, em que junto com ela vamos descobrindo o seu poder.
Quando as pessoas me olhavam, elas viam uma moça bonitinha e indefesa, castigada pela vida. Um bichinho vulnerável, inofensivo, mas sem atrativos o suficiente para que valesse a pena me resgatar em meio aos cães." p. 11
Narrado em primeira pessoa, vemos tudo acontecer sob a perspectiva da protagonista, que além da ajuda de Tolú conta também com dois importantes amigos, o casal Antúrio e Rosalinda. A amiga trabalha com Amarílis na Pimpinella, uma grande fábrica de roupas da cidade de Fragária, onde elas vivem sob o domínio da República. Temos aqui um regime autoritário, que oprime a população e persegue qualquer indício de insurgência.
Foram vários os elementos que me cativaram nessa trama. A ambientação é impecável, numa cidade ficcional que remete muito ao cenário industrial da década de 20. Dá pra imaginar as construções cinzentas, a fumaça e as trevas que um regime autoritário faz pairar sobre as ruas. Os personagens também são muito bem construídos, tanto os principais como os secundários.
Precisa parar de viver como se fosse a sua própria sombra. Porque se não fizer isso... se você não parar de se esconder, o mundo nunca vai olhá-la de volta. Não deixe que passem por cima de você, Amarílis. Não dê a eles essa satisfação. Não deixe que eles vençam." p. 97
Gostei de como a autora apresentou o lado da resistência, que está ali na obscuridade e se cruza com os objetivos pessoais de Amarílis. Viajamos entre o passado e o presente, conhecendo mais sobre a mãe da personagem e sobre o que o uso da magia lhe custou. Falar mais sobre o enredo seria entregar muito, mas gostaria de afirmar que foi tudo muito bem amarrado, com um final bastante satisfatório de se ler.
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Não posso deixar de mencionar o romance presente na obra! É um daqueles livros em que você começa a shippar os personagens desde o início, e as cenas românticas, que incluem um leve hot, são muuito boas e me fizeram dar gritinhos hehehe amei demais 💗
Que legal a premissa, imagino que deva ser uma leitura super interessante mesmo!
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